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Crônica Sobre Rodas #16: Minhas Pernas Se Mexem.
18/12/2020 20:15 em Crônica Sobre Rodas

Quem acompanha o Crônica Sobre Rodas desde o começo já percebeu que acontecem umas situações inusitadas comigo e com minha mãe. Um dia, a mãe aparece com o pescoço inchado e roxo, fiquei assustada, ela queria me contar, mas só ria. 

Depois me explicou: “Brenda, a parte que ficam as malas é um lugar alto, tenho que arremessar a mala, mas dessa vez eu joguei e ela voltou, a alça encaixou no meu pescoço e me derrubou!”. Minha mãe é campeã, certa feita fomos passar um final de semana na casa do meu primo. A mãe, para não incomodar, disse, na hora de subir os degraus da porta da casa, que não precisava de ajuda, ela até conseguiu, mas quando pôs o pé dentro da casa, tinha um tapete que não combinou com a minha cadeira. Quando ela subiu com a cadeira inclinada no último degrau, escorregou e caiu, mas não soltou a cadeira, não sei como! Logo imaginei eu, voltando para o hospital com traumatismo craniano ou com minha mãe fraturada, mas por sorte, saímos ilesas. Um dia senti um desejo de tomar leite condensado, então minha mãe comprou escondido e me deu, contudo de manhã, quando acordamos, estavam faxinando o hospital e uma trilha de formigas denunciavam o delito, pois paravam exatamente na mesa que ficava ao lado da minha cama. Malditas formigas, acabaram com minha lata e me entregaram! Um certo dia, um guri passeava pelos corredores do hospital caminhando, apenas com um colar cervical  no pescoço. Percebi que aquela figura um tanto curiosa, ia de cama em cama observando e fazendo perguntas a cada paciente. Bem, eu sou uma pessoa muito educada, porém tenho dificuldades em dialogar com pessoas inconvenientes. Quando vejo, ele para ao meu lado e começa a me fazer perguntas do tipo: “tu não te mexe?” Eu, muito sem saber o que responder disse: “me mexo sim”. Aí ele disse: “não te mexe nada, mexe a perna então!” Imaginem minha cara, retruquei dizendo: “Não tô afim de mexer, porque sou uma pessoa que odeia ser mandada''. Mas acreditem, o guri tocou em minha perna e ela automaticamente se mexeu, é o que chamamos de movimento involuntário, ou reflexo, ela esticou e voltou a posição. O guri então disse: “ah! Você mexe a perna!” Eu muito feliz, respondi: “sim, viu? Eu mexo!”.

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