Crônica Sobre Rodas #10: Banho Animal.
Oi pessoal! Voltei, irei compartilhar com vocês, a sequência da minha odisseia!
Na crônica anterior eu contava, que a hora do banho era um momento desagradável, pois o banho acontecia comigo deitada em uma maca e, toda vez que me transferiam de um lugar para o outro, sentia dores muito fortes no braço direito. Por isso, quando ia tomar banho, o chororo começava. Sendo assim, foi nessa situação que tive uma ideia “ridícula”, perdoem, mas eu tinha apenas 14 anos e inventei uma doideira para poder me distrair e suportar a dor. Já que as rezas não funcionavam, alguma coisa tinha que me ajudar! Eis que surge a ideia de imitar sons de animais (isso mesmo: sons de animais)! Descobri que tinha um zoológico dentro de mim, então imaginem minha mãe me banhando e eu imitando sons de gatos, cães, macacos, entre outros mais. Eu sei, é completamente bizarro, hoje imagino as pessoas passando do lado da porta enquanto eu tomava banho, assustadas me ouvindo imitar sons de animais, mas acreditem, deu certo. Se eu fosse mais inteligente naquela época, recitaria poemas, no entanto não conhecia tão bem assim os poemas do Mario Quintana, Vinicius de Moraes etc. Mas, sabia imitar bichinhos!
No meio dessa maluquice toda, de banhos, bichinhos e tal, a febre, minha inseparável companheira, finalmente cedeu. Depois de uns 60 dias eu estava com a temperatura normal, foi um grande alivio. Meu apetite estava voltando aos poucos. Algo que não posso deixar passar em branco, foram feitas diversas campanhas para que eu e minha mãe nos mantivéssemos em Brasília, no hospital. Uma conta foi aberta em meu nome e o pessoal depositava dinheiro, nada nos faltou, fui muito bem assistida.
Chegou o dia de experimentar uma cadeira de rodas pela primeira vez, a fisioterapeuta me explicou, que devido ao fato de eu ter ficado um longo período deitada, a minha adaptação seria bastante lenta. Para ficar sentada em um ângulo de 90 graus levaria um tempo, pois poderia sentir tontura. Como foi essa adaptação eu conto para vocês na crônica da semana que vem, no próximo capítulo da minha odisseia. Quem me ler, saberá!